
Como somos um estúdio de produção musical, um centro criativo a gravar o primeiro registo musical de vários músicos e artistas, sentimos muitas vezes o medo, receio e ansiedade destes mesmos artistas e músicos da exposição futura da sua música aos seus amigos, familiares e ao mundo.
Este sentimento, é incontornável para a maioria por várias razões, que vão desde à aceitação e aprovamento por parte das pessoas que lhes são mais perto, como também a exposição do que vai dentro destes músicos e artistas e que muitas vezes nunca foi contado ou sequer perceptível mesmo após anos de convívio e socialização diária.
A música tem vários poderes, seja para quem a canta e toca como também para quem a ouve. O que normalmente dizemos é que ela tem de ser genuína ou inteligentemente genuína, de forma a proteger quem a canta e quem a ouve.
Há quem use a música para expor sentimentos profundos nunca antes revelados ou escondidos pois de outra forma seria impossível, episódios passados da sua vida, escondidos na caixinha de pandora que todos temos, recados a alguém que até então não conseguiu exprimir, como também para exprimir sentimentos a uma espécie de psicólogo virtual.
Há quem a use para passar ideologias, alertas ou críticas de várias perspectivas sejam elas sociais ou políticas, e há quem a use apenas para divertimento próprio, libertação de energia e adrenalina que de outra forma não consegue fazê-lo.
O que une tudo isto é a paixão pela música, pelo instrumento, pela sensação da libertação da palavra e energia seja ela positiva ou negativa. A paixão pelo silêncio musical, pela virtude de conseguir criar algo único e que pode perdurar uma eternidade humana e bem representada pela citação de Lao Tzu – “Music in the soul can be heard by the universe”.
Um dos últimos casos que tivemos em estúdio foi importante para todos nós e ainda mais importante para o artista com quem trabalhámos. Escrevemos este post com base no que vivemos e sentimos junto do artista enquanto desenvolvemos a sua carreira artística com a edição do seu primeiro single que em breve vai estar disponível.
A Música
A música é o meio que ele descobriu e usou de uma forma inteligente de contar o que viveu num dos momentos mais negros da sua vida e que poucos souberam.
Usou a música para dar a conhecer à sua família e amigos o que tinha sofrido durante anos, e vai inteligentemente usar a mesma música como um alerta social para o que estão a passar pelo mesmo, consigam superar da mesma forma, como ele superou.
Quanto à música que é o nosso trabalho diário, temos que conseguir emergir estas emoções, sentimentos, ideias que cada um de vós tem em si e de uma forma, que todos os que a vão ouvir consigam sentir o que ele está a sentir em cada nota e palavra.
A expressão, interpretação é muitas vezes a chave de transmissão deste veículo poderoso. É isto que torna a música original, genuína.
Mindset
Um dos mindsets que trabalhamos junto dos artista é o descontração e aceitação! Por mais bonita que a música que estão a fazer, certamente não vai conseguir agradar a toda a gente.
Aceitar isto, é uma virtude. Para além disso, a ideia que estás a passar na música, nem sempre vai chegar com a mesma energia e mensagem a toda a gente. Há quem não ligue e apenas goste de um dos instrumentos que a música tem… outros porque tem uma boa vibe… outros porque tem aquele mood perfeito para os dias mais cinzentos… outros porque não estão sequer ligados ao mundo… apenas ao mundo deles.
O Que é Realmente Importante?
Tens de ter tudo isto em conta quando pegas na tua música e a mostras, seja aos teus amigos ou familiares. Sim, é difícil pois estás à espera de uma resposta, de um feedback construtivo, seja positivo ou negativo, à espera da aceitação e glorificação da tua arte, do teu esforço.
Mas sabes o que é que é realmente importante? É tu gostares da tua própria música. É tu traçares o teu próprio caminho. É tu amares e estares focado no que estás a fazer, a produzir, a criar e usares todo o feedback que chega até a ti para melhorares em todos os aspectos envolvidos nesta tua arte.