
Qualquer guitarrista gosta de pedais e muitos fazem coleção de vários pedais com variadíssimas funções. Quando entras no mundo da guitarra, sabes que, para além da tua guitarra e amplificador estás a precisar de um pedal, mas não sabes muito bem o quê e qual.
Podes por exemplo não saber o que é que um pedal flanger ou phaser vai fazer ao teu som e também a diferença entre estes e um efeito de chorus.
Normalmente, um iniciante salta logo para a compra de um pedal de overdrive ou distorção, mas neste pequeno artigo vais perceber o que cada pedal pode fazer ao teu som, seja para o moldar como também para o usares em modo criativo.
BOOST (GANHO)
Um pedal Boost é dos pedais mais úteis que podes vir a ter. Simplificando, o pedal vai dar um ‘boost’ ou um pontapé no volume da tua guitarra ou do sinal que passa por ele. Para além de fazer isto, pode também dar mais harmónicos à tua guitarra ou mesmo amplificador, ou simplesmente aumentar o sinal de uma guitarra que tenha uma saída fraca em termos de sinal.
Antes de comprares um pedal de boost, deves tentar perceber se ele é transparente (caso seja isso que procures) ou então um pedal que adicione uma coloração ao teu som ao ter picos em certas frequências, seja nos graves, médios ou agudos.
DELAY (ECO)
Se não sabes, o delay é basicamente eco, mas pode ser muito mais que isto quando usado com criatividade.
Os botões mais importantes num pedal de delay é o do tempo (‘time’) e da repetição (‘repeats’). O tempo vai aumentar o tamanho entre as repetições, e as repetições serve para ajustar a quantidade de ecos são ouvidos.
Por vezes é tentador aumentar o número de repetições e entrar no mundo do rock mais atmosférico, mas se usares de uma forma mais gentil vais conseguir um efeito bonito de reverb ou de slap-back. Conforme vais usando e experimentando vais perceber que podes até criar harmonias e loops com o teu pedal de delay.
OCTAVE (OITAVA)
O pedal octave aumenta ou diminui a oitava da tua tonalidade. O impacto é imediato quando usado. Este pedal vai ter um efeito gigante no som da tua guitarra, vai ter um som rico nos graves, mais amplo, mais agressivo e perfurante. Caso não queiras perder por completo o teu som original, deves ter um pedal com um botão chamado ‘mix’. Assim podes dosear o efeito entre o teu som e o efeito que o pedal está a ter.
É um dos pedais que quando usado, pode mudar a direcção da tua música imediatamente.
Este tipo de pedal foi bastante usado pelo conhecido Jimi Hendrix com um fuzz tone ao mesmo tempo, enquanto que muitos agora usam com o Tom Morello ou Jack White.
TREMOLO
Se procuras um forma simples e old school para dares vida à tua guitarra, o tremolo é uma excelente opção. É um efeito que vai ‘mexer’ com o volume do teu sinal, aumentando e diminuindo o sinal com a regularidade que tu defines.
Se eventualmente precisas de dar um sentido de movimento ao teu som, o tremolo vai fazer isso acontecer.
Dependendo da intensidade que queres dar, podes controlar o tremolo para que a tonalidade da tua guitarra fique meloso e doce, como também ter um efeito mai agressivo e rítmico com um efeito ‘stutter’ ou ‘chop’. Agora imagina isto em estéreo!
COMPRESSOR
O pedal de compressor deve ser usado de uma forma subtil e com algum conhecimento da matéria. Deves pensar no compressor como uma ferramenta que vai equilibrar a amplitude do teu sinal em conformidade com o tecto que tu defines, e para além disso vai evitar que os picos mais sonantes possam ferir seja o teu equipamento como os ouvidos de quem está a ouvir a tua guitarra.
Uma das outras funções que vai imediatamente ser perceptível, é conseguires ter mais sustain do que o normal, perfeito para guitarristas solo.
Uma das coisas negativas que o compressor vai adicionar ao teu som é ruído de fundo, por isso, se for uma grande preocupação para ti, deves procurar um pedal que tenha também um gate incluído.
FUZZ
Completamente diferente dos pedais de overdrive ou distorção, o pedal de fuzz vai adicionar informação harmónica à tua tonalidade e uma sabor de transistores danificado. O teu som vai definitivamente soar diferente.
Os pedais de fuzz foram muito usados nos anos 60 de forma a conseguirem criar um som para além do que a distorção conseguir criar.
Este é daqueles pedais que se decides ter no teu arsenal, deves experimentar, para que possas perceber se vai de encontro ao som que procuras.
CHORUS
O chorus é um efeito que dobra e desafina o teu sinal. Consegue dar à tua guitarra aquele efeito espacial que as pessoas estão à espera de ouvir em determinados momentos de uma música, pois adiciona brilho e profundidade ao sinal.
Para além de fazer brilhar algumas guitarras limpas, pode também dar o efeito especial e trazer para a frente da música os solos que vais tocar, tal como o guitarrista Zakk Wylde usa em quase todos os seus solos. Bem usado, o efeito chorus pode até parecer que estás a tocar numa guitarra de 12 cordas.
REVERB
O reverb é aquele efeito obrigatório que qualquer guitarrista gosta de ter, por isso é que a maioria dos amplificadores têm um reverb incluido.
O reverb vai dar profundidade ao teu som. Um dos efeitos mais usados em guitarras elétricas, se não estiver presente, parece que falta qualquer coisa. Basta um pouco de reverb para o teu som soar normal e com o decay certo, mas usado e abusado podes ter a tua guitarra a soar como se estivesses numa catedral.
Os reverbs plate e spring são os mais comuns, mas como é um efeito tão pessoal, deves tentar encontrar o pedal de reverb certo para ti, ou seguir as recomendações dos pros!
PHASER
O efeito de phaser é um pedal muito interessante que foi usado numa grande variedade de estilos musicais. O que o phaser faz é criar uma versão fora de fase do teu sinal e adiciona esse sinal ao teu original. Isto vai criar um efeito espiral ao teu som com possibilidades imensas. Por exemplo o Eddie Van Halen usava um phaser com um rotação baixa para conseguir dar a sensação de movimento aos seus solos. No funk por exemplo, o phaser é usado para dar ao sentido rítmico menos cadência e mais brilho.
VIBRATO
Um dos efeitos mais antigos, o vibrato altera o tom a um ritmo constante. Para além de adicional movimento ao teu tom (sem o efeito cortante do tremolo), este vai ter um sentido mais fluido. Ao tocares com um vibrato, vais sentir a algumas tonalidades menos afinadas e dobradas que misturadas com o teu som original vai criar um nível de interesse ao teu som para quem o está a ouvir.
EQ
Pode até parecer desnecessário ter um equalizador, mas por vezes dá jeito ter um ao pé.
Alguns amplificadores são muito limitados na equalização e por vezes até têm apenas um botão para escolher a tonalidade que queres ouvir. Se tiveres um equalizador disponível podes afinar a tonalidade da tua guitarra sem as limitações que vais encontrar.
FLANGER
O pedal de flanger nasceu com um som parecido com o que fazemos em estúdio.
Quando temos duas fitas a tocar ao mesmo tempo e atrasamos uma ligeiramente. Isto vai adicionar material harmónico ao teu som mas algo atrasado e até com alguma modulação.
É um efeito muito distinto de todos os outros e soa como se o teu som estivesse a flutuar de uma forma sibilante tipo o som dos motores de um avião.
Usado com moderação, consegue dar uma dimensão ao teu som fora do habitual, quase tipo sintetizado.
Usado com settings extremos, um flanger vai transportar a tua tonalidade para patamares impensáveis e se usares especificamente em partes ou secções de uma música pode dar à música exatamente o que ela precisa.
Estes são os pedais e efeitos mais conhecidos e usados, e se usados com combinações tão pessoais como impressões digitais, podem tornar o som da tua guitarra algo único.
A melhor forma de perceberes o que gostas, e o que precisas para o teu som, é ouvir e analisar os guitarristas que mais gostas e tentar as combinações que eles estão a usar.
Encontra depois uma loja que tenha estes e muitos mais pedais, para conseguires experimentar um pedal ou combinações de pedais.
Caso decidas entrar em estúdio com a tua pedaleira ou apenas com um pedal que necessitas para modular o teu som, deves escolher material de alta qualidade, pois o ruído de fundo que cada pedal tem é extremamente perceptível caso seja low budget.