
Cada vez mais sentimos a falta destes dois factores nas músicas que ouvimos diariamente lá fora, e por isso acharmos importante abordarmos este tema na estrutura musical que usamos nas nossas músicas.
Normalmente usa-se a agressividade de uma tonalidade dissonante até a uma escala menor para se conseguir criar o espanto em determinadas secções de uma música, contudo a possibilidade de isto ser conseguido através de uma subida de energia musical com ou sem instabilidade musical e ter aquela sensação de surpresa e assombro.
Conseguimos desde já transmitir que algo do género é difícil de concretizar, e concretizar bem, é ainda mais difícil. Uma das melhores formas de conseguir este espanto numa música é quase no seu fim ou a ¾ da música, usando material musical como melodias e sons usados no início da música ou numa secção musical anterior. Esta técnica é mais usado no Pop e Rock, mas já há alguns anos que é também usado em estilos de música electrónica como o House e o Progressive House.
Agora, quanto à Surpresa – é, sem qualquer dúvida a expressão mais extrema do factor Espanto! Conseguirás introduzir o elemento Surpresa com variações repentinas na textura musical e quanto mais repentinas mais surpreendentes vão ser – isto pode ter um efeito positivo como negativo, e a dificuldade de o fazer é tão grande ou maior do que criar espanto numa secção musical.
Uma das chaves para conseguires criar ‘Surpresa’ é combinar diferenças repentinas com instabilidade musical, de forma a conseguires transmitir progressões musicais e uma estrutura com pontuação em que se consiga um elevado nível de imprevisibilidade!
Finalmente vem a Antecipação!
A Antecipação é uma das emoções mais difíceis e complicada de se expressar musicalmente. É aquele sentido que tens de criar no ouvinte de que algo vai acontecer, algo vai ser criado de novo, ou algo vai ser ouvido, mas…
A maior dificuldade é encontrares o balanço certo. Se a música ficar demasiado previsível, a antecipação vai transformar-se em algo aborrecido, algo já ouvido!
Por isso, como a Antecipação é normalmente uma expressão de fraca energia musical com um crescendo para uma secção musical de uma intensa e grande energia musical, se usares um período algo extenso de antecipação, que gradualmente vai aumentando a sua energia, normalmente é bem aceite e agradável de se ouvir. Texturas instáveis também funcionam bem. A instabilidade cria ao ouvinte a sensação do desejo de ser resolvida para uma estabilidade musical o quanto antes – isto funciona bem quando já estás com um longo período de estabilidade musical.
Estes factores ‘sentimentais’ devem ser explorados e pensados por quem produz, por quem compõe, pois são elementos que vão fazer crescer a experiência para quem vai ouvir a música e que até podem ser um factor determinante de distinção entre músicas de outros artistas do mesmo género. Por isso, pensa em elevar a tua musicalidade, com factores sentimentais – que te vai levar a uma estrutura mais complexa mas mais sentida e por último a uma grande música!