
O vinil está na moda e cada vez mais recebemos encomendas para duplicação de vinil, seja de single, ep ou mesmo de álbum. A preocupação de conseguirmos uma fiel reprodução no vinil da versão digital é cada vez maior mas alertamos que é quase impossível conseguir o mesmo som em ambos os mundos, pois a maior parte dos clientes não tem noção de que existem limitações, seja na duplicação, seja na reprodução mecânica do vinil e para além disso se formos nós a masterizar o som, temos de o fazer para os dois mundos, neste caso uma versão digital e uma versão analógica para vinil e cd.
Alguns dos comentários que chegam até nós é de que a versão vinil tem mais graves e menos agudos.
A explicação é simples: a duplicação ou replicação de vinil não é uma simples transferência de som, mesmo de um ficheiro digital, que é o que enviamos para a fábrica de duplicação de vinil.
É algo mais complexo, mais humano e mecânico.
As variáveis são muitas, onde a qualidade do vinil a ser duplicado ou replicado depende da experiência que o engenheiro de corte de vinil tem, se está bem ou mal disposto, que tipo de torno mecânico usou, se tem ou não feito a manutenção desejada ao setup que é usado para fazer o corte do vinil, a qualidade e que tipo de masterização tem o ficheiro entregue e como é que foi manuseado o vinil depois de cortado e até em que condições foi transportado até chegar às nossas mãos, já para não falar de todos os processos complexos químicos que são necessários para conseguirmos um produto de vinil de excelência.
Por isso o que aconselhamos em última análise é: caso queiras um trabalho com qualidade, então encomenda a alguém que conheças e tens confiança que vai fazer um bom trabalho de duplicação ou replicação de vinil.
Entretanto, nós como também trabalhamos com uma empresa de duplicação e replicação de vinil já há algum tempo podemos dizer que ambos temos o principal objetivo em conseguir ‘imprimir’ no vinil uma versão o mais aproximado da versão que foi entregue à fábrica para objecto de duplicação/replicação.
Por vezes, em material mais longo como o de 33 rpm ou com material sonoro onde os agudos têm grande predominância, a masterização feita é bem diferente da versão original, e quando a masterização não é feita por nós, o processamento que é feito na fábrica de vinil é mais extremo, com uma re-equalização, o uso de de-esser e filtros para conseguir uma dinâmica mais homogénea relativamente aos graves e agudos.
Para além disso existe o facto mecânico de reprodução. Não existe dois gira-discos iguais. Todos eles soam diferentes o que adorna ainda mais as variáveis de audição.
Uma das formas de perceber o som de um gira-discos, é ouvir a mesma música nos dois formatos: em vinil e em mp3 e desta forma conseguir comparar as diferenças que ambos têm em termos de som e resposta de dinâmica musical.
Um engenheiro de corte de vinil, quando está a fazer o seu trabalho, tem em conta o gira-discos mais ‘low end’ do mercado. Agora a dificuldade é conseguir que aquele vinil que está a ser cortado tem de soar maravilhosamente bem num gira-discos de 80 euros como num sistema de audiófilo. Por isso usa-se vinis de referência.
Hoje, faz-se o que chamamos ‘test pressing’. Em cada duplicação faz-se 5 a 10 cópias de ‘test-pressing’ e envia-se para o cliente ouvir. Assim o cliente pode dar-nos o feedback necessário para conseguirmos ajustar a qualidade da duplicação do vinil encomendado.